Nosso dinheiro, a moeda do Brasil, a história repercute no hoje.

Como o sistema monetário interfere em nossas vidas.

Somos pouco instados a nos preocupar com uma educação/formação financeira. Nos bancos escolares, das primeiras letras ao ensino superior, não nos oferecem a cultura financeira. Também na educação doméstica, por terem o mesmo formato negligente de formação formal escolar nesse campo, nossos pais pouco ou nada oferecem.

Nesse ensaio algumas informações colaboram com o aspecto histórico de conhecimento do que move a humanidade, o combustível do desenvolvimento econômico-social-político – a moeda em suas várias facetas.

Como surgiram, porque foram criadas, o que as torna valiosas, que modelo/padrão monetário atende a necessidade humana?

Cada tipo de lastro econômico foi criado conforme as necessidades geradas por certa cultura, sociedade ou momento na história. Foi nesse contexto que os primeiros tipos de moedas começaram a ser estipulados. Para estabelecer algum padrão monetários comerciantes costumavam utilizar algum tipo de mercadoria de grande procura.

moeda é considerada um conjunto de ativos de uma economia utilizada para comprar bens e serviços de outras pessoas, empresas. A moeda é utilizada como medida de valor.

Na economia a moeda tem três funções específicas. 1. Pode ser tratada como meio de troca onde os compradores dão aos vendedores quando deseja adquirir um produto/mercadoria; 2. pode ser considerada uma unidade de conta, utilizada para anunciar preços e registrar débitos/medir e registrar valor econômico; 3. pode ser usada como uma reserva de valor para transferir poder aquisitivo do presente para o futuro (nesse caso não são contados apenas a moeda em si, mas também os ativos não monetários).

O sistema mercantil

O sistema de troca direta, que durou por vários séculos, deu origem ao surgimento de vocábulos como salário (pagamento feito por meio de certa quantidade de sal), pecúnia (do latim pecus, relativo a gado, ou pecullium, relativo ao gado miúdo, ovelha ou cabrito).

As primeiras moedas, como as conhecemos hoje, peças representando valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII A.C., cunhadas a martelo, valorizadas pela nobreza dos metais empregados, tais como como ouro e prata.

A necessidade de guardar as moedas em segurança deu surgimento aos bancos. Os negociantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos passaram com o tempo a servir como meio de pagamento aos seus possuidores, por serem mais seguros de portar que o dinheiro vivo. Assim surgiram as primeiras cédulas de papel moeda.

Os primeiros bancos reconhecidos oficialmente surgiram na Suécia (1656), na Inglaterra (1694) e na França (1700); no Brasil, em 1808.

https://www.dci.com.br/economia/moedas-do-brasil-cedula-de-200-reais/3134/

A importância dos tipos de moeda na história

A circulação de moedas como acontece na atualidade remonta à formação dos Estados-Nação. Na Idade Média prevalecia a forma de organização social em feudos na Europa. Em cada um deles existia uma moeda diferente, o que representava um entrave para as transações comerciais e organização do sistema financeiro. Nesse período começaram a surgir as primeiras monarquias, respaldadas pela burguesia, nova classe social composta por mercadores, que precisavam de um sistema monetário unificado para facilitar seus negócios.

Moeda mercadoria – coube um papel importante no passado para fazer o papel de meio de pagamento, conceito que permanece até hoje. Todo objeto tem algum valor e pode ser utilizado como moeda (pedras e metais preciosos, animais para abate ou produção leiteira, especiarias, obras de arte). Chamada também escambo.

Papel moeda – objetos físicos (existência real), circulam a todo vapor no Brasil, embora tenham perdido espaço para os meios de pagamento eletrônico. Ao longo dos tempos a requisição de metais ouro e prata para a fabricação de moedas acabou se tornando mais difícil, momento em que o papel moeda acabou ganhando espaço no desenvolvimento das transações comerciais (letras de câmbio)

Moeda escritural – transferências realizadas entre bancos, podendo servir, inclusive para definir as taxas de rendimento das aplicações financeiras. São as chamadas moedas invisíveis.

Moeda nacional – Real brasileiro, dólar americano, euro, yen japonês e outra centena de moedas nacionais existente mundo afora. A título de curiosidade, o dólar americano veio a ser adotado como referência após a 2ª Guerra Mundial.

Moeda fiduciária – seu valor está intrinsecamente ligado à confiança depositada por alguém em seu préstimo enquanto meio de pagamento. Sem aceitação, elas não passariam de cédulas ou discos metálicos sem valor.

Criptomoedas – moedas digitais descentralizadas, não são controladas por algum órgão ou país em específico. Geradas no blockchain (tecnologia de cadeia de blocos de informações) possuem um valor que, em alguns casos pode ser convertido para outras moedas, como dólar ou real, podendo ser utilizadas como moeda de troca para compra de produtos e consumo de serviços. São moedas virtuais, então não é possível fazer uma troca física.

Sistema monetário padrão-ouro

Adotado em todo o globo foi o sistema financeiro que regia a economia de todos os países até a Primeira Grande Guerra Mundial (1914), período que a grande potência mundial, Reino Unido, impôs o chamado padrão libra-ouro. Com um regime cambial fixo, os países firmavam um compromisso de fixar o valor de sua moeda mediante uma determinada quantidade real de ouro, ou seja, a quantidade de reservas de ouro de um país é o que definia a sua oferta monetária. Cada país conservava a maior parte de seus ativos em forma de ouro.

Em 1944, passou a vigorar uma nova ordem monetária internacional, com a adoção do padrão dólar-ouro até 1971, quando Richard Nixon impôs o fim desse padrão, já que os EUA não conseguiam mais garantir a mesma quantidade combinada de ouro por dólar.

Importante ressaltar que hoje não mais existe um sistema monetário internacional formal.

Casa da Moeda do Brasil – CMB

Fundada em 8 de março de 1694 pelos governantes portugueses para fabricar moedas com o ouro proveniente das minerações. A cunhagem das primeiras moedas genuinamente brasileiras aconteceu em Salvador, substituindo progressivamente as moedas estrangeiras circulantes na colônia. Após alguns anos de atividades no Nordeste do Brasil e em Minas Gerais a Casa da Moeda do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro, em instalações provisórias, e no ano de 1868 transferiu para prédio próprio. De 1964 a 1969 o prédio foi modernizado.

A fábrica de moedas está preparada para atender toda a demanda de moedas do meio circulante brasileiro. O processo de fabricação passa pelas etapas de cunhagem, contagem e embalagem. A empresa fabrica, ainda, produtos na área de metalúrgica (moedas e medalhas comemorativas, distintivos e comendas, utilizando metais nobres como ouro, prata e outras ligas). Também produz documentos de segurança diversos como passaportes, selos fiscais, selos postais, diplomas, certificados e outros produtos gráficos de segurança.

Em 1994, a CMB participou ativamente da implantação do Plano Real, produzindo, em curto prazo de tempo, todo o padrão monetário brasileiro. Em 2008 passou por forte processo de modernização, o que permitiu o lançamento da segunda família do Real, mais sofisticada e segura.

Moeda brasileira

Já a algum tempo a moeda circulante no Brasil é o real. O país já teve nove trocas de padrão monetário e sete moedas.

Por mais de 400 anos a moeda circulante no Brasil foi Réis.

O Real é a 16ª moeda mais negociada no mundo, a segunda mais negociada na América Latina, e a quarta mais negociada nas Américas.

Moeda Período de vigência
Réis Do período colonial a 1942
Cruzeiro De 1942 a 1967
Cruzeiro Novo De 1967 a 1970
Cruzeiro De 1970 a 1986
Cruzado De 1986 a 1989
Cruzado Novo De 1989 a 1990
Cruzeiro De 1990 a 1993
Cruzeiro Real De 1993 a 1994
Real De 1994 aos dias atuais

Do período colonial a 1942 – No período do Brasil colônia não existia uma moeda brasileira. O comércio acontecia por meio de um sistema de trocas – escambo. Com o avançar da colonização foi adotado o padrão monetário da metrópole Portugal. Mesmo com a Independência do Brasil e depois a Proclamação da República a moeda se manteve, passando apenas por alterações em suas cédulas;

De 1942 a 1967 – a primeira grande mudança no padrão monetário do Brasil aconteceu em 1942. O Cruzeiro veio para unificar os 56 diferentes tipos de cédulas em circulação no país. Um Cruzeiro equivalia a mil Réis;

De 1967 a 1970 – com a desvalorização do Cruzeiro e uma inflação de 25%, a moeda foi substituída pelo Cruzeiro Novo. As cédulas antigas eram carimbadas com novos valores e reutilizadas – Um Cruzeiro Novo equivalia a mil Cruzeiros;

De 1970 a 1986 – uma nova reforma monetária fez com que o nome da moeda voltasse a ser Cruzeiro, mantendo a equivalência entre as moedas;

De 1986 a 1989 – Com a inflação voltando a assombrar, chegando a mais de 100%, as autoridades monetárias alteraram novamente o padrão monetário, o Cruzeiro voltou a ser substituído pelo Cruzado. Um Cruzado correspondia a mil Cruzeiros;

De 1989 a 1990 – A inflação voltou a assolar o país, sendo necessário uma nova reforma sendo a moeda substituída pelo Cruzado Novo. Um Cruzado Novo valia mil Cruzados;

De 1990 a 1993 – Pela terceira vez o Cruzeiro voltou a ser reconhecido como moeda nacional para tentar conter a inflação galopante de 1700%;

De 1993 a 1994 – O Cruzeiro foi novamente substituído por nova moeda, o Cruzeiro Real, eliminando três zeros nas cédulas. Um Cruzeiro Real equivale a mil cruzeiros;

De 1994 aos dias atuais – surgiu um projeto econômico, Plano Real, com objetivo de conter a inflação – incluiu ações de ajustes fiscais, implementação de Unidade Real de Valor, uma moeda virtual atrelada à cotação do dólar, e a criação de uma nova moeda oficial (Real). Um Real correspondia a 2.750,00 Cruzeiros.

De acordo com dados de câmbio disponibilizados pela Morningstar, atualmente um Real equivale a 0,19 Dólares americanos, e 0,16 Euros.

Informar, conhecer, refletir, deduzir, formar juízo de valor, desenvolver.

Concluindo, penso ser extremamente necessário incluir em nossas disciplinas escolares, podendo até apresentar em temas transversais, esse assunto de extrema relevância na formação de um povo. Nação se torna forte ao fomentar a cultura histórico-financeira de seus cidadãos, desde a mais tenra idade.

Por Edson Silva

       Eduardo Lysias de Oliveira e Silva

Pesquisa bibliográfica

https://www.smallworldfs.com/pt/blog/voce-sabe-qual-o-nome-da-moeda-brasileira

https://www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/historia-da-cmb.html

https://www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/origem-do-dinheiro.html

https://administradores.com.br/artigos/a-importancia-da-moeda

https://www.onze.com.br/blog/tipos-de-moeda/

https://andrebona.com.br/padrao-ouro-entenda-o-que-era-este-sistema-monetario-internacional/

https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=1031904&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776292&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776292&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQiA5OuNBhCRARIsACgaiqUPt0aKvEVIg09YyGMZgo3DbPr2ThcDUraqKhNeu04hv4911PCPl7waAl7NEALw_wcB

 

 

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